Agora vem ela na Girl Action! O diabo! Vestindo Prada, Valentino, Donna Karan, Bill Blass, Channel, e por aí vai. Ela pode! Ela tem, ela usa! Miranda Priestly é o que mais se encaixa no padrão de "mulher poderosa", em lobo em pele de lobo. Particularmente, falar dela, para mim, será uma tarefa árdua, porém, divertida!
Para Miranda Priestly, dinheiro, sucesso e fama não são nada quando embalados sem charme e elegância. Diretora de uma das revistas de moda mais importantes do mundo, Runway, ela dita o quê e quem está na moda com um simples acenar de mãos ou mordida nos lábios. Altiva, impiedosa e cruel, Miranda aponta novas tendências e destrói ou alavanca carreiras com a naturalidade de um juiz que manda um condenado ao corredor polonês da morte.
Porém, Miranda, por detrás de seu sapato Prada e seus vestidos John Galliano, esconde uma conturbada vida sentimental com o seu marido, o qual se separa com o decorrer do filme. Andy (ou "ÃÃnndrêaaã") a vê crua em sua residência discutindo com o seu marido, depois a presencia no hotel em Paris, arrasada, acabando seu casamento por telefone. A única coisa que Miranda Priestly não conduz bem em toda a sua vida, é o vida pessoal. Agora, lidar com inveja, mundo da moda, modelos, interesse, (in)subordinação, tendências e estilos, classe, talento, ela é PhD.
Uma das melhores cenas do filme, para mim, segue-se abaixo:
Numa sala decorada, num prédio belíssimo e imponente numa das maiores cidades do mundo, New York, desenha-se a seguinte situação: duas assistentes e um costureiro fazem uma exposição das novas peças desenvolvidas por estilistas americanos para Miranda – presidente da maior revista de Moda do país - Runway - até que Andréa – nova secretária de Miranda - é interpelada por ter achado a situação cômica. "É uma decisão difícil, são tão diferentes." Andy começa a rir e Miranda diz: - Algo engraçado? - Não, não, nada. Só que os dois cintos me parecem idênticos. Ainda estou aprendendo essas coisas.
Miranda então sorri com ironia e diz: - Essas coisas? Entendi. Acha que isso nada tem a ver com sua vida. Você vai até o guarda roupa e escolhe esse suéter azul folgado para dizer ao mundo que se leva muito a sério para se importar com o que veste. O que você não sabe é que esse suéter não é apenas azul. Nem turquesa. Nem lápis-lazúli. Na verdade, é cerúleo. E você não tem a menor noção que, em 2002, Oscar de La Renta fez vestidos cerúleos e Yves Saint Laurent jaquetas militares cerúleas. E o cerúleo foi visto em oito coleções diferentes e acabou nas grandes lojas e, um tempo depois em alguma lojinha vagabunda onde você sem dúvida, o comprou numa liquidação. Esse azul representa milhões de dólares e vários empregos e é meio cômico que ache que sua escolha a isente da indústria da moda quando de fato usa um suéter que foi selecionado pelas pessoas daqui no meio de uma pilha de... coisas."
O Diabo Veste Prada desliza apenas no final, quando a ironia é trocada pela lição de moral e a redenção de Andy tira um pouco do charme do filme. Mas isso não é nada diante da filosofia impregnada no enredo (me perdoem o pessoal da Publicidade, mas em Administração, eles assistem e discutem esse filme na cadeira de TGA2). E por aí encerro um briefing dessa diabólica mulher, Miranda Priestly. That's all!
Equipe Girl Action
Fernando Botti
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